"Temporários Escapes"
Release
"Temporários Escapes" é inspirado pelas percepções do espaço urbano, como por exemplo, as delimitações de trajetos, a vista do céu recortada em formas geométricas pelas grandes construções e pelos fios de alta tensão. Estas percepções são trabalhadas através da exploração de caminhos feitos por pequenas passagens articulares que são organizadas em trajetórias em tempo real e pelas alterações e atualizações do espaço cênico realizadas por meio da manipulação de trenas (fita metálica para medir terrenos) que desenham linhas no espaço, criando diversas configurações.
"Este espetáculo foi contemplado em 2009 pelo Proac – Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo"
Duração: 45 minutos
Ficha Técnica:
Concepção, Criação e Interpretação: Tatiana Melitello
Vídeo- Imagem: Rodrigo Gontijo
Trilha Sonora: Dudu Tsuda
Mapa de Luz: André Boll e Pablo Perosa
Operação de luz e som: Pablo Perosa
Colaboração de pesquisa cênica: Lucía Yañez e Eduardo Verderame
Produção: Pablo Perosa e Tatiana Melitello
Figurino: Luciana Fernandes Cottini
Sinopse
O espetáculo solo de dança Temporários Escapes é inspirado pelas percepções do espaço urbano, como por exemplo, as delimitações de trajetos, a vista do céu recortada em formas geométricas pelas grandes construções e pelos fios de alta tensão. Estas percepções são trabalhadas na construção dramatúrgica de Temporários Escapes através de repetições, fragmentações e reações imediatas.
O deslocamento pela cidade, feito de trajetos delimitados por um ponto de partida e outro de chegada, muitas vezes percorridos em tempo cronométrico, é afetado por estímulos intermitentes que demandam vários focos de atenção, transformando a paisagem em um mero lugar de passagem.
A urgência de se chegar a algum lugar para alcançar logo o objetivo planejado obedece a uma lógica de exatidão que diminui o valor daquilo que se encontra entre os dois pontos e transforma o espaço da rua em algo menos significativo do que os ambientes fechados onde se almeja chegar.
Este espaço-tempo calculado que predomina nos grandes espaços urbanos permeia a coreografia de modo crítico, sem, no entanto, deixar de reconhecer um estranho prazer nestas práticas cotidianas.
Diante desta ambigüidade, o solo explora também um estado de errância pelos fluxos do movimento, onde são experienciadas possíveis vias de fuga que amortecem os estímulos urbanos, buscando aguçar a percepção das sutilezas internas do corpo e propondo uma pausa no esforço de racionalização.
Temporários Escapes explora caminhos feitos por pequenas passagens articulares que são organizadas em tempo real. Nesse processo de experimentação emergem sonhos, desejos e pensamentos que se insinuam no movimento.
Assim, a cotidianidade do corpo é desafiada na medida em que propõe um estado de percepção das tensões que bloqueiam a possibilidade de olhar para as coisas através de um estado vibrátil.
O solo coreográfico Temporários Escapes altera e atualiza continuamente o espaço cênico por meio da manipulação de trenas (fita metálica para medir terrenos) que desenham linhas no espaço, criando diversas configurações. As linhas, ora adicionadas, ora subtraídas, remetem à incessante transformação do traçado urbanístico que caracteriza o crescimento desenfreado das grandes cidades. O corpo, afetado por estes espaços geométricos, dialoga com essas configurações, propondo uma movimentação linear.
Temporários Escapes se inspira em alguns dos significados da palavra linha: a) traço de separação real ou imaginário; b) processo, técnica, orientação; c) traços que sulcam as palmas das mãos; c) serviço regular de transporte entre dois pontos.(referência: dicionário Aurélio).
Temporários Escapes evoca diversas imagens associadas ao fenômeno urbano que, dispostas em um fluxo relacional de signos, possibilitam uma estrutura poética aberta a ressignificações por parte do espectador.
A vídeo imagem do espetáculo é composto por imagem pré-gravada de linhas que criam relações espaciais de profundidade.
A trilha sonora do espetáculo é pré-gravada e explora diversas texturas sonoras através da articulação de silêncios, melodias e ruídos de cidade e cria distâncias diferenciadas a partir de uma série de recursos técnicos.